Ele, escrita e Eu, canção

Eu queria ser escritor.

Escrever contos e romances,

Novelas em novelos,

Onde tudo acabaria bem.

Escrever artigos para jornais

Fotografando em palavras

O dia a dia:

Crônicas e narrativas.

Escrever redações,

Cartas, bilhetes

(que fossem feito ramalhetes)

As neuras gramaticais

E as canetas vermelhas

C.A.S.T.R.A.R.A.M.

-me

Feito o punhal de meu avô

Próprio para castrar porcos

Em sua fazenda.

ESCREVO só POESIAS

feito Vitória de Samotrácia

asas abertas para voar.

Ainda assim

Procusto quer rimar

Eu, remar!

Ele quer metrificar,

Eu,

desmitificar

E

desmistificar.

Ele, escrita

(letra morta)

Eu, canção

(melodia viva).

L.L. Bcena, 08/08/2000

POEMA 588 – CADERNO: INSTANTES.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 26/11/2011
Código do texto: T3357496
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.