Referências antropográficas
Aprendi a ler e a escrever faz tempo. É que nem beijar na boca e andar de bicicleta...
Feuerbach me queimou palavras em brasas;
Barros e Rosa me entortaram o sentido real das coisas para eu ver melhor;
Fernando Pessoa me trouxe pedras para eu ser,
foi o Caeiro dele;
Rubem Alves foi o liqüidificador no corpo de um ipê-amarelo
(todas as vezes que vejo um ipê lembro do Rubão);
Wittgenstein me ensinou feitiçaria;
Carpinejar, o Fabro, é o bilhete e a viagem.
Nos dicionários
(merecem um parágrafo a parte), celebro a palavra.
Passo horas devotando ao Houaiss muito carinho e amor.
Contenho a loucura de Nietzsche e Cervantes,
a pornô-poesia de Drummond e raiva
de Schopenhauer, por abrir meus olhos e dizer que não penso por mim mesmo.
E ele está certo.