Outra poesia
De alguma coisa chamada amor e ódio...
As Aparências Enganam
(Sérgio Natureza e Tunai)
*Uma composição que eu gosto de ouvir na voz da Elis Regina, diz assim:
As aparências enganam,
aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo
e depois não há nada que os apague
Se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Por que o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer,
não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer,
senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor
*E o que é o amor e o ódio? Senão sentimentos fortíssimos, que se irmanam e que podem se tornar, mesmo sem o nosso querer, tão violentos dentro da gente.
Contrariando a sensatez, ambos nos tiram do sério, nos tornam involuntariamente dependentes...
Aproximam, agradam, alucinam, contaminam, influenciam, enfraquecem, fortalecem, arrastam, machucam, desesperam, alegram, acalentam, gelam, inflamam, envenenam, cortam em pedaços, juntam em paixão, em fantasias e em ilusões, ardem, apagam, mas não morrem, nunca!
Dois sentimentos que estão e serão eternamente presentes na vida das gentes!