Dos giros diurnos do sol noturno (A tragédia do inevitável)
Despedaçaram-se nos teus frios cabelos
os meus dedos tão pequenos,
trêmulos, entorpecidos do teu canto.
Mas foi por perpassarem tão ridiculamente
os versos brandos por minha mente,
que os giros diurnos do sol noturno
se fez mais uma vez melancólico.
Dancei, sorri, chorei novamente
neste circuito de palavras indolentes,
no giro trágico do inevitável.
O papel, a pena e o tinteiro,
estáticos na minha velha escrivaninha,
nunca fizeram tanto sentido
quanto agora fazem neste assassinato.
A poesia agora sim morreu,
pois acabo de ‘traí-la’ dentro de mim.