Dos giros diurnos do sol noturno (A tragédia do inevitável)

Despedaçaram-se nos teus frios cabelos

os meus dedos tão pequenos,

trêmulos, entorpecidos do teu canto.

Mas foi por perpassarem tão ridiculamente

os versos brandos por minha mente,

que os giros diurnos do sol noturno

se fez mais uma vez melancólico.

Dancei, sorri, chorei novamente

neste circuito de palavras indolentes,

no giro trágico do inevitável.

O papel, a pena e o tinteiro,

estáticos na minha velha escrivaninha,

nunca fizeram tanto sentido

quanto agora fazem neste assassinato.

A poesia agora sim morreu,

pois acabo de ‘traí-la’ dentro de mim.

Leitora BNFS
Enviado por Leitora BNFS em 25/11/2011
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