Russas...
Saudades!
Russas saudades... Sempre senti!
Terra minha querida terra
A vida inteira eu recordei de ti...
Quanto mais longe eu estava...
Maior era a saudade que sentia!
Quanto mais tempo se passava...
Mais eu sofria de saudades
E de melancolia!...
Quando no peito apertava-me a dor...
Acalentava-me com as minhas
Lembranças de infância...
A nado atravessava o teu Rio Araibú,
Pedia-me em meio do teu carnaubal,
Na oiticica fugia do sol, e em tua sombra, descansava!...
Teus laranjais... Doces laranjais!...
Teu doce mel, teu doce céu,
Teu doce solo...
Em dias de chuva, nele rolava...
Tua lama foi à única
Que prazerosamente enlameava-me!...
Era como se o lençol da minha terra
Cobrisse-me do frio que viria sentir na vida.
Da nossa terra querida
Russas nos impõem estas saudades!
Saudade... Que não deve doer no peito,
Mas que dar alegria e orgulho
De ser nossa mãe terra
De ser nossa infinita paixão!...
Tire de mim tudo que eu posso de dar!...
Se o amor que tenho por ti não bastar...
Leves os anéis e os dedos...
Leve a mente!
É o que tenho de mais rico.
E se ainda não bastar!...
Leve-me o que me resta... à vida!
A alma, ela não me pertence!
E se fosse minha...
Seria tua também!...
Se ainda algo faltar
De onde estiver voltarei
Para dizer-te!
Que a única coisa que eu levei
Foi o amor que sinto por ti,
E que este ninguém me roubará!...
Quando me dói o peito...
Não sei o que é direito...
Se forem as saudades que sinto de ti...
Digo que morro por ti!
Russas!... Mãe terra,
Terra minha...
Mãe terra querida!...
Francisco Rangel