Pseudopersona
Em solidariedade a Ivan de Almeida
Ah! duplo caráter, rouba o que é meu
rouba o meu espaço, rouba o meu passo
mas a minha dignidade continua intacta
usa tua farsa, mas nunca te aposses
da minha personalidade
usa das asas do meu pássaro,
mesmo assim, afirmo,
não aprendes a voar.
O meu pareta é mito, que criei nutrido
alimentado pelo essência da minha poesia.
Olha aqui, seu pulha,
tenta romper o céu com tua miopia,
mas sua farsa morta deixa teu roubo triste
livra o meu pássaro, das tuas amarguras
cura-te, canalha, da tua falsa poesia.
Vem, meu pareta, rasga essa mortalha
quebra o teu encanto,
canto o teu canto meu pássaro triste
infeliz pela farsa de um falso poeta
que lhe alimenta com seus versos corrompidos.
Volta meu pareta,
volta a teu seio e canta sem receio
valta ao teu ninho.
volta a ser o meu pardal-poeta
meu eterno poeta passarinho.