CEMITÉRIO DE AMORES

No meu cemitério Interior
Jaz tantos amores inglórios
Uns com memória
Outros sem história
Uns dentro de covas rasas
Outros em vala-comum
Alguns morreram feto
Poucos morreram senis;
E os demais eu mesmo matei
E alguns foram enterrados vivos
Por puro capricho,vício e castigo
Que me perdoem todos foi preciso.
Um ou dois cometeram suicídio
E um ou outro sepultei como indigente
Sem direito a lápide, a coroa de flores
A visita no dia de finados ou vela no quarto
Nem epitáfio de identificação ou oração.
E assim vago entre esses amores mortos
Nesse necrópole de sentimentos ausentes
Localizado em algum lugar perdido
Nisso que chamam coração
E nesse cemitério sendo o coveiro
Eu cuido de tudo do nascimento ao enterro.

 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 24/11/2011
Reeditado em 14/06/2018
Código do texto: T3354742
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