Não sou... Sou...
Não sou má, nem boa...
Sou o peso na medida necessária
Sou a conta do possível
À distância do que é a mim alcançável...
Não sou santa, nem profana...
Sou os pés que sangram na caminhada
Sou o suspiro do oásis
Nos pulmões exauridos
Não sou nova, nem velha...
Sou uma marca no corpo da humanidade
Sou, em cada célula, o todo
A história recôndita do mundo
Não sou alegre, nem triste
Sou o brilho do amor matizado
Sou o amargo rancor refutado
Do carnal milagre do gozo