Sono de poeta
Não perturbem as musas
No seu sono predileto
Musas despertas, incomodam
Os que meditam o anoitecer
Pandeiros e Arlequins
Máscaras e violoncelos
Decifrarão a madrugada
E o silencio da mulher
Pois que toda mulher
É feita de silêncios
Silêncios e lágrimas
E um travo de poesia
Já que toda mulher
Precisa de versos
Precisa de noite
Precisa de vento
Cantem, dancem, mas respeitem
Lá em cima, entre papeis rabiscados,
Flores murchas, sonhos desfeitos,
Dorme um poeta