É por um triz que escapo de me ver de verdade
Como sou ou como devo ser em espelho nenhum.
É por um triz que escapo de ser feito de realidade
E escapo de ver a felicidade em momento algum.
E tudo é fuga, tudo é medo, tudo é ilusão, tudo é segredo.
Sem as palavras torpes dessa poesia, eu sei (e eu sempre sei),
Eu sempre sei que sei que eu nada seria...
Um porto e um cais e dentro da alma algo morto que não revive jamais.
Da vida não sabemos, a morte nunca encontramos, no ser nos enganamos,
Supomos que pomos um pouco de razão no que é insanidade tão banal.
E é casual que criemos esses outros mundos e vidas, deuses e demônios,
No pandemônio do pensamento sempre mais uma incerteza que desponta,
A alma que anda tonta à cata de mais um desespero enorme por salvação,
De tudo, de nada, de alguma coisa, de si mesma e de ser tão ensimesmada.
 
É por um triz que a vida esta que temos e somos é simplesmente quase nada,
Quando nos iludimos que o começo do fim é só o começo de mais uma jornada.
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 24/11/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3353806
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