EU, UM VELHO MENINO
Quando meus olhos cansarem
de observar as belezas da vida,
quero fechá-los sem nada ter perdido,
ao meu derredor ter visto e ouvido
o gorjeio dos pássaros,
como velho que sou...
E sentir que eles cantam a sua liberdade
como um menino a brincar...
Ver o crepúsculo do sol
e a noite em seu zênite
com a majestosa lua
a iluminar meu olhar cansado,
de velho que sou...
E sentir-me-ei como um menino
Que nasce para a vida!
Assim é o sol em seu levante
para aquecer a terra.
Saber dosar o que digo
e como velho ser sábio
frente às mazelas da vida...
E tal um menino, vivo e fugaz,
tem este menino uma vontade enorme de ficar velho.
...Mas, mesmo velho!
Isso importa?
Ainda importa!
Como velho sou menino,
com sede de viver e amar!
Luis Carlos Mordegane