EU, UM VELHO MENINO

Quando meus olhos cansarem

de observar as belezas da vida,

quero fechá-los sem nada ter perdido,

ao meu derredor ter visto e ouvido

o gorjeio dos pássaros,

como velho que sou...

E sentir que eles cantam a sua liberdade

como um menino a brincar...

Ver o crepúsculo do sol

e a noite em seu zênite

com a majestosa lua

a iluminar meu olhar cansado,

de velho que sou...

E sentir-me-ei como um menino

Que nasce para a vida!

Assim é o sol em seu levante

para aquecer a terra.

Saber dosar o que digo

e como velho ser sábio

frente às mazelas da vida...

E tal um menino, vivo e fugaz,

tem este menino uma vontade enorme de ficar velho.

...Mas, mesmo velho!

Isso importa?

Ainda importa!

Como velho sou menino,

com sede de viver e amar!

Luis Carlos Mordegane

MORDEGANE
Enviado por MORDEGANE em 12/07/2005
Código do texto: T33528