VOZ DO POETA
Quando a noite em meu leito
deixo meu pensamento voar
para este mundo obscuro
que tem o egoísmo como pleito
e o desamor como par...
Descompassado, o coração aflito
não consegue o amor encontrar.
Preso neste quarto escuro
sinto uma onda qual um grito
pedindo para o mundo escutar...
Mas o mundo parece satisfeito.
Já não mais sente a magia no ar,
caminha a esmo, sem futuro.
Sufoca-me na garganta o grito,
segue o mundo sua sordidez ocultar...
Será o poeta, dos seres o perfeito,
o que sente a magia e pode vislumbrar,
a voz tenha o som claro e puro.
E que seja poeta o eleito
para a humanidade aclamar.
Luis Carlos Mordegane