Poema mudo
Elegi perder de vista tudo que cega,
a memória traída na vitória do dissabor
e a trapaça da brisa, surda ventania só.
Guiei-me pelo apalpo do que desconfio,
da tátil sensação de miudezas inúteis
postas no caroço benigno do que é pó.
Das silabas de tanto faz, fiz-me poema mudo
hiato escrito no arauto de terra e fogo,
de trovas vazias do sal e som da palavra.
Vi a vida cantar um hino ao amor de Piaf
O silêncio falar à multidão do universo
E o pesar se exaurir nos ombros do verbo.
Poema publicado também na página pessoal do autor Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.blogspot.com).