ECOS DUM SILÊNCIO
Um dia, o fantasma me assombrou
Repetindo “Quem és?” “Quem és?”
Quem sou? Quem sou?
Só sei ser alma da cabeça aos pés
Sou o eco dum silêncio
Que grita (pro)fundo bem alto
Quem sou? Quem sou?
Se o ar me sufocou
Se me cubro de asfalto
Sou poço de gaguez temida
Entre angústia das horas vagas
Sou a lacuna breve sofrida
Do que escrevo atrás do que apagas
Sou saturação em estado líquido
Que das gotas alimento a gula
Sou corpo ausente dolorido
Se em falta tenho a medula
Sou vento moribundo que passa
Que tem fome alastrada pela traça
Sou os contornos baços da tempestade
Quem sou? Quem sou?
Um dia, o fantasma me assombrou
Sem querer, disse-lhe a verdade!
22.11.11
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