ECOS DUM SILÊNCIO

Um dia, o fantasma me assombrou

Repetindo “Quem és?” “Quem és?”

Quem sou? Quem sou?

Só sei ser alma da cabeça aos pés

Sou o eco dum silêncio

Que grita (pro)fundo bem alto

Quem sou? Quem sou?

Se o ar me sufocou

Se me cubro de asfalto

Sou poço de gaguez temida

Entre angústia das horas vagas

Sou a lacuna breve sofrida

Do que escrevo atrás do que apagas

Sou saturação em estado líquido

Que das gotas alimento a gula

Sou corpo ausente dolorido

Se em falta tenho a medula

Sou vento moribundo que passa

Que tem fome alastrada pela traça

Sou os contornos baços da tempestade

Quem sou? Quem sou?

Um dia, o fantasma me assombrou

Sem querer, disse-lhe a verdade!

22.11.11

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Jessica Neves
Enviado por Jessica Neves em 23/11/2011
Código do texto: T3351900
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