Outono Rigoroso
Na sua marcha cadenciada,
Pára aqui depois além,
Na estação recebe alguém,
Vai o comboio de abalada!
Lá fora cai uma chuvada,
Proveniente do temporal,
Nunca antes vi igual,
Fica a via enlameada!
É um Outono rigoroso,
Leva o ribeiro enxurrada,
Pelo vento empurrada,
Torna o rio furioso!
Sol não se descortina,
Faz a corrente alguma espuma,
Cai do pinheiro a caruma
Quando o dia já se fina!
O homem não domina,
Esta forte natureza,
Tão cheia de beleza,
Mas por vezes assassina!