Choro artístico
Desprendem-se as frias lágrimas
D’ olhos pungentes e irracionais
De tão salgadas são como cristais
Afogam-se versos entre rimas
Lesta é a dor da desolação
Alastra feito epidemia
Tal como o poeta temia
É flecha cravada no coração
Já o soneto respira mágoa
Devastado crê-se imperfeito
É inglês, belo, são e escorreito
Reflexo dos meus olhos d’água
Impõe-s’ o soluço no dístico
Nada com’um choro artístico