Choro artístico

Desprendem-se as frias lágrimas

D’ olhos pungentes e irracionais

De tão salgadas são como cristais

Afogam-se versos entre rimas

Lesta é a dor da desolação

Alastra feito epidemia

Tal como o poeta temia

É flecha cravada no coração

Já o soneto respira mágoa

Devastado crê-se imperfeito

É inglês, belo, são e escorreito

Reflexo dos meus olhos d’água

Impõe-s’ o soluço no dístico

Nada com’um choro artístico

Fana
Enviado por Fana em 22/11/2011
Código do texto: T3350752
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