Vai ser difícil me tirar do distante
Agora que todo o silêncio é tão meu
Que só eu é que sei fazer...
E devoro as palavras com fome de não dizer
Engulo essa poesia com essa sede de me calar
E olho em volta de tudo, para além de tudo
E tudo o que é há de ser apenas por eu olhar
E o que não for não gritei nem olhei
E foi assim bem mais além do que nem sei
 
Vai ser difícil me perceber num instante
E me refazer dos cacos que espalhei ao quebrar
Refeito sou qualquer coisa outra que nem sei
Sou qualquer outro que ainda nem pensei
Para ser tudo o que nem ainda imaginei
Esse olhar e essa poesia e esse grito eu sei
Tinha um desejo de sede e de fome e viver
Numa vontade medonha e tola de morrer
Que morri quando renasci no lá distante
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 22/11/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3350232
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