Rosa Negra

Trancafiado

Em irascível solidão,

Pálpebras cerro pesaroso,

Tragado sou

Às profundezas abissais.

Dor dilacerante no peito,

Sangrando, rasgando, germina

Um cabo metálico

Com espinhos perfurantes

E um mórbido botão.

Pétalas sedosas,

Destilando exótico perfume,

Ei-lo, bruto, crescendo,

Destroçando-me, alimentando-se

Da seiva sanguínea.

As carnes apodrecendo,

Pensamento inerme, cresce

Contínua planta monstruosa,

Ela, rosa negra,

Purulando, absoluta reina.

Real marca ardente,

Inesquecível, dor, angústia

Traz flor das trevas

À solitude humana,

Aprisionando-me agonizante.

Ana Claudia Brida
Enviado por Ana Claudia Brida em 22/11/2011
Código do texto: T3350139
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