Existem dores que não se aplacam

Existem dores que não se aplacam

Bactérias que a alma atacam

Paixões que são surtos infecciosos

Adoecendo todos os corações nossos

Fungos que não se saciam

Mitos que são sombra e irradiam

Parasitas com planos formidosos

De tornar os homens cabulosos

Pragas que logo se alastram

E tão cedo tudo devastam

Trucidam os sonhos tão formosos

Transformam os campos jovens, em idosos

Desde novo e já haviam

Feito de nós o que pretendiam

Fizeram-se anjos rutilosos

Para ceifarem-nos os anos mais ditosos

Gafanhotos que as garras pairam

E que nunca, jamais se fartam

Arrancam a pele aos leprosos

Faz-nos transmissores perigosos

A saúde inteira nos arruinam

São vírus que se transmutam

Ora são venenos ardilosos,

Ora serão antídotos amorosos.

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 21/11/2011
Código do texto: T3348826