PELAS RUAS

Ando pelas ruas

e uma melancolia baila no vento

As reuniões se propagam

pequenas pândegas se alastram

abençoadas pelos arquétipos midiáticos de efêmera intensidade

A carne tem o sabor de verter sangue

e a cerveja sacia o que a rotina não expurga

enquanto eu ando pelas ruas

e uma melancolia baila no vento

Qual é a cidade

que está dentro da cidade?

Que gentes são estas

que caminham entre as gentes?

As confrarias aparecem

aqui e ali,

os comentários jocosos e as palavras conspurcadas de aleive

entretecem o pano do hodierno

que é sempre infestado de mediocridade

e saturado na falta de personalidade

A diversão é não ter consciência mas;

para que serve esta suposta consciência?

Ando pelas ruas

e uma melancolia baila no vento

Morpheus