ARQUIVO**
Trago comigo versos antigos
e velhos amigos.
Gritos, risos e o peito partido.
Tenho no arquivo, guardados,
canções, poemas...
água para criar meu próprio rio.
Sigo traçando meu enredo.
Medo e degredo.
Vou pelo trilho da lua no brilho do olhar.
Rompo meu próprio casulo,
desfaço a morada...
O ovo é só um pequeno ninho.
Enveredo pelo caminho.
Reciclo-me. Recrio.
O barco que navego sou eu mesmo.
Rompo silêncio, madrugadas.
Minha estrada
vai de encontro ao bom da vida.
Quem sou, que não me alcanço?
Que peso carrego?
Séculos que me desfaço
para alçar vôo
e vou pela estrada.
Levo comigo versos antigos,
canções prontas,
palavras de ponta,
palavras-sementes
que espalho pelo caminho.
cp-araujo@uol.com.br