Vida Minha
É tão bom viver assim,
Sem dono, sem rumo, sem fim...
Não que de outro jeito seja ruim,
Mas desse jeito eu penso muito mais em mim.
Posso até me imaginar um dia casado,
Tendo pra sempre alguém ao meu lado.
Quem sabe eu possa até estar pensando errado,
Pois tem gente que diz que isso é ficar amarrado.
Sei lá, ainda não casei pra saber,
Mas vou me casar quando crescer,
Mas ainda não sei se filhos vou ter,
Não sei se minha esposa vai querer.
O importante mesmo é ser feliz,
É viver do jeito que eu sempre quis,
Junto com quem não empine muito o nariz
E que demonstre que me ama como diz!
Ai, ai, vida minha que é tão boa,
Vida que me machuca, maltrata e magoa,
Vida que levo pescando na beira da lagoa,
Vida cheia de tédio, vida à toa.
Deu saudade da minha vida mineira,
Que eu ia pra praça andar a tarde inteira
E que voltava devagar subindo a ladeira,
Chegava em casa e deitava na banheira.
Aquela época eu era criança,
Mas ainda guardo as coisas na lembrança,
O conselho de "quem acredita sempre alcança",
E de amizade, aquela aliança.
Ai, ai, vida minha...
Saudade daquela velha casinha,
Do quarto pequeno e minha caminha,
E também da Lessie, nossa cachorrinha.
Não tinha dinheiro, mas tinha alegria,
Moravamos meu pai, eu, minha mãe e minha tia,
E essa me lembro que quando ela sorria
Era porque minha avó logo chegaria.
Minha avó já se foi, oh dona Darcy,
Que saudade que eu tenho de você por aqui,
Mas peço a Deus para tomar conta de ti,
Pois quando chegar minha hora, vou te fazer sorrir.
Vou te fazer surpresa, chegando quietinho,
Nas escadas do céu vou trilhando caminho,
Ainda estou sem pressa, andando devagarzinho,
Tô até ficando velho, mas ainda sou seu netinho.
Eee, vó preta, te amo tanto tanto tanto que já até perdi a rima,
As lágrimas já descem os olhos... Enfim... Eu sempre vou te amar...
Walter Vieira da Rocha
19 de novembro de 2011 às 23:10