Hoje acordei e era um grito. E era muito cedo demais.
Hoje fui dormir e era tanto silêncio. E era tarde demais.
Não tardava tão cedo ser acometido disso tudo solidão,
e as tardes vazias amontoadas de palavras tão caladas,
uma poesia de se perder no que nem dói mais, mas dói
e dói de doer a mais no que nunca se vai em esquecimento.

Hoje era saber insatisfeito no desfecho do que foi desfeito,
hoje era doer no peito o imperfeito do que nunca foi feito.
O grito e o silêncio, o perfeito e o imperfeito, o desfeito,
o nunca feito perdido nessas tardes vazias de palavras,
a dor calada de poesia um alento de esquecimentos,
as alegrias todas de antanho dessas ilusões sem tamanho...

Quando fui dormir e era aos gritos e era muito cedo demais,
Quando acordei em silêncio de tudo e era tudo tarde demais...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 19/11/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3345449
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