Insônia
Meu alento é choupana quase sem palhas
De portas sem tramelas
Janelas por onde, entre as frestas
Passa o vento sem pedir licença,
Trazendo o ruído da noite
Aguçando minhas dores.
Tento amenizá-las
Levando as mãos a massagear as pálpebras.
Sinto-as rijas, petrificadas, sem espaço para o alívio.
E o sono, que a vista não alcança
É andarilho de saudades tuas
Seguindo caminhos sem deixar rastros.