VÃO
O que dirás quando passares
Do corpo ao sopro dos ares
No último e derradeiro momento
Uma vida prestes a se tornar memória
Rumo certo ao esquecimento
Vomitei meus pecados na pia do banheiro
Chorei, o dia inteiro, pela morte do tempo
E pelos aleijados pelo bom senso
Mancos de desrazão, em vão
Lamentei os nãos em excesso
Lamentei pelos sãos – suas ordens e progressos
Enfim, chorava por mim
Vão! Vão meus amigos, tudo é tão vão
Vamos todos unidos, em qualquer direção
Vão, tudo é tão vão
Não há verdades no céu
Ou abaixo do chão
Vão! Vamos! Tudo é tão vão!
Os vãos entre as palavras
Os vãos no meio da estrada
Me mostram a direção