A Cura
Há tanto o que se esquecer nesse meu pensar cansado.
Não gosto dessas lembranças.
Amargo veneno são as mágoas.
Gasto esse sentir velho, fedendo a mofo, para que se esgote.
Para que sangre nas lágrimas derramadas do passado.
O rosto menino da fome.
A trança da criança sem laço de fita.
Essa depressão maldita que me devora.
Quero vomitar essa culpa.
Tão minha...
Tão sua.
Curar-me desse câncer chamado memória.
Coisa esquisita é viver.