Ritmo
São duas da tarde, horário de verão.
O ônibus encosta para pegar passageiros,
O caminhão aguarda sua vez de passar na estreita rua.
De frente a janela, o mercado sorri,
Com sua boca cheia de gente,
Empurrando carrinhos de compras.
Faço silêncio.
Um pássaro solta seu trinado.
O vizinho prega um prego na parede.
A rede da tarde vem cheia de gritos.
O pássaro continua seu ritmo
Indiferente a todo esse alarde.
Lá fora pessoas e carros continuam
Seus destinos indiferentes ao pássaro.
Hoje o meu ritmo é de silêncio,
De ouvir pássaros cantando.