Ritmo

São duas da tarde, horário de verão.

O ônibus encosta para pegar passageiros,

O caminhão aguarda sua vez de passar na estreita rua.

De frente a janela, o mercado sorri,

Com sua boca cheia de gente,

Empurrando carrinhos de compras.

Faço silêncio.

Um pássaro solta seu trinado.

O vizinho prega um prego na parede.

A rede da tarde vem cheia de gritos.

O pássaro continua seu ritmo

Indiferente a todo esse alarde.

Lá fora pessoas e carros continuam

Seus destinos indiferentes ao pássaro.

Hoje o meu ritmo é de silêncio,

De ouvir pássaros cantando.

Laura Duque
Enviado por Laura Duque em 19/11/2011
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