BENDITO!

I

Deus deu ao homem o falar

Deu-lhe também o ouvir

Deu-lhe lábios pra sorrir

E fê-lo ainda andar.

Há então que agraciar

Por todo esse cariz

Que já nasceu de raiz

Orando a Cristo Redentor

Se é pra viver só de Amor

Bendito aquele que diz.

II

Grito aos anjos a vitória

Por me ter dado o saber

Ao meu Pai por me fazer

E à minha mãe toda a glória.

Para vocês a dedicatória

Destes versos com emoção

E que tenham toda a noção

Que eles contêm o carinho

Sendo feitos com gostinho

Com a voz do coração.

III

Se hoje aqui estou de vontade

É por orgulho que o faço

E ao passar um bom pedaço

Deixo-vos a minha amizade.

Já me vai pesando a idade

Quarenta e quatro, eu já fiz

Alguns sonhos, eu desfiz

Mas por viver de saúde

Lhe direi sempre amiúde

Eu só posso ser feliz.

IV

Não quero tudo pra mim apenas

Com os pobres sei partilhar

E um naco de pão lhes dar

Se a miséria é às dezenas.

Quantas tristezas terrenas

Quanta gente em solidão

Mas é grande a ilusão

E eu hei-de ser capaz

De lutar mais pela paz

Quando os outros também são.

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 19/11/2011
Reeditado em 19/11/2011
Código do texto: T3344757
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