Fuga do retrato
Da vez, vi meus olhos na fotografia
a imagem de ti não mostrava
registro nem lastro da cor singular.
Tua pele ali transplantada
era espasmo, contraste e borrão
dos sonhos e plasmas do tempo.
Da voz em lábios miúdos
o flash esqueceu de guardar,
deixava somente em sorriso
aquilo e por quês talvez me dirias.
Não fosse o ciclo emoldurado
libertava-te da natureza morta da maça;
e com um beijo contemplaria o pulso,
da vida fugindo ao flerte do imóvel.
Poema também publicado na página pessoal do autor Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.blogspot.com).