Doce murmúrio
Canto a vida
O mar, doce murmúrio
Canto o sol e todos os astros
Canto o céu azul e as nuvens vagabundando
A flor
A borboleta
As rolinhas arrulhando
Canto do semelhante
O trejeito
Vou cantando esta cantiga
A pleno peito
Da criança os olhos, o sorriso e a mão macia
Canto a tristeza e mais ainda a alegria
Quero cantar as horas todas do dia
As palhas dos coqueiros em festa de vento e de magia
Canto a cantiga das garças voando contra a brisa
Doce poesia
Canto o abraço, a mão na mão, o beijo
Canto e solfejo
Em versos e ao som
De afinado realejo
Canto na praça para os pássaros em festa
O casal de namorados
O beijo na testa
Cantarei sempre da expressão de vida
O ensejo
Canto o amanhecer e a primeira estrela da tarde
E a que da noite se despede
Canto a canção que o amor facilita
E a barreira que o impede
Também canto
Canto o sonho e a imaginação
O pensamento valsando
Canto o mendigo na rua cochilando
Ah, doce cantiga da vida em contraponto
Canto e do existir a cada momento
Invento um conto