Doze versinhos para um rapaz
Moço encantador,
já sei o que queres...
És merecedor?
Braço muito forte,
Mão bem firme – e grande...
Posso ler tua sorte?
Por boca bonita,
fala flui, macia...
Alguém acredita?
Peito de marfim,
alma de fosfato:
quem te fez assim?
Quem te escreveu,
cuidou-te por certo:
meio Prometeu
a Pã misturado,
e Apolo, e Hefesto
– juntos, que legado!
Amas tu alguém?
(meus olhos bem vivos,
ouvidos, também...)
Moço tão faceiro,
a verdade é flor
nesse meu canteiro...
Oh, Desencantado,
lealdade é lei
nesse meu reinado!
Um ar de fidalgo
mas, se cai o pano,
somente um cão galgo!
Ah, rapaz tão belo,
de que te adianta
sorriso amarelo?
(...)
Moço bem vestido,
quando eu voltar,
tu já terás ido?