A QUASE MORTE DO POETA
Seu orgasmo de emoção fluída
É uma voz penitente que suicida
Do seu âmago a ventura de sonhar.
E o poeta especula sua dor,
Em duo verte do suculento pendor
Frases completas que repleta o seu altar.
E extaguinando o sangue que em suas veias corre,
Numa pressa viril ele socorre
Sua poesia que fulminante quer morrer...
Estende os braços aos Céus nessa permuta,
Sibila aos ventos parcimônias que lhe encurta
A caminhada nesse afã de resolver...
Implora auxílio pra salvar seus versos loucos,
Mas a peble menestrando seu apêlo
Sorrir jocosa destruindo seu desvêlo,
Plagiando-o com cinismo mata-lhe aos poucos.
Injuriado ele se atira à frustação...
Ajudando a sua saga a apodrecer.
Volta poeta! grita em chôro o anjo-razão,
Não é a hora de deixares a inspiração
Vive poeta! e deixa o amor te envolver...