"AO JUÍZO FINAL..."
Voltaire, o grande filósofo francês
Já em seu tempo pronunciava:
“O livro Sagrado, a Bíblia, terá escassez
Na comercialização que não se esperava”.
Hoje, a um passo do Juízo Final
Vê-se a loucura desenfreada e religiosa:
Falsos profetas em nova obra inicial
Fazendo as pessoas se tornarem curiosas.
Fabricam-se a cada instante mais testemunhas,
Novos credos, nova formação espiritual,
Não em proveitos, como se supunha,
Pois, enaltecem apenas o valor material.
Não haverá gregos ou troianos escondidos,
Todos terão algo para apresentar.
Não adianta, agora, viverem escondidos
Se nos seus interiores novamente irão errar.
Voltaire, também disse, à hora da morte:
“Meus pés se escorregam ao inferno, Senhor.”
E quanto hão de dizê-lo, a mercê da sorte
Que eles próprios criaram, desvinculados do amor.
Haja compadecimento de mim, Deus Onipotente,
Tentei desvencilhar-me do prazer por Teu amor,
Em vão, eu creio, pois não fui de todo persistente
E agora eu receio a tortura e a dor.
Em Teu nome, eu já preguei
Embora sem ter mostrado o excelso calor.
Indicar os Teus caminhos, eu procurei,
E a muitos eu consegui evitar o dissabor.
Em vias de regras, Senhor, eu pequei.
Sinto-me culpado dos atos cometidos,
Muito embora, também os compensei
Com valores que me podem ser atribuídos.
Em Tuas mãos, agora me entrego
Com minh’alma, meu corpo... todo meu ser.
Cabe a Ti somar ao que eu não Te nego
Todas as virtudes que procurei esquecer!...
(ARO. 1975)