Memórias de Morte
Recordo que na infância coletei em um riacho um barrigudinho.
Coloquei no bolso do short de tecido com carinho.
Ele se debatia.
Queria viver!
Me dizia em saltos presos pela roupa.
Eu não entendia.
Eu imaginava que levava vida para casa.
Depois de algum tempo ele parou.
Imaginei.
Está cansado.
Aquietou.
Grande foi minha surpresa e a tristeza.
Quando ao devolver a água o corpo inerte.
Percebi que não havia movimento nem vida.
E o pobre peixe que coletei no riacho.
Aquele corpo inerte era um corpo morto que boiava.