Meu incerto
No silêncio insisto, encontro, persisto, pressinto...
Rubrico meu ensaio
Busco explicações
Para minhas conclusões
Choro e grito
Permaneço brincando com meu avesso, de ser avesso
De receio em receio, abstraio, padeço
Me esqueço
Amanheço inquieta, durmo sonhando
Com a petulância da minha alegria
Caio , machuco meu orgulho, que de tão frágil se esgota, se retrai
E faço cara de prece
Sedo ao meu desejo, impotente, com excesso de coragem
Dou domínio a minha a ousadia
Que se expande e logo se esvai
Permaneço incapaz...
E canto o canto da alma
Que sigila o meu segredo
Ardente, carente, indecente
Que com magia de sorriso me entende, mas nunca me atende...
Sinto falta
Fecho os olhos
Tento voar
Tento fazer
Tento morrer
Não tenho você....
Compreender, compreender, compreender...
E fico presa em meu abismo
Fico indignada, estagnada
Mudo e penso, mudo a cada sengundo e sinto a pele sendo trocada
A face sendo mudada
A trilha sendo moldada
Para meus novos pés cruzarem
Atravessarem, alavancarem mais uma mudança
Que não vem, que não ocorre, que não termina, tão pouco se inicia
Findando em minha rotina
Sem rota, sem progresso, sem recesso
Então tropeço
Adquiro mais calos
Minhas marcas
Meu destino
Meu incerto.