Árvore

Árvore

A mangueira

que se esquecera,

derrama-se pelo muro.

Andanças de meio século

para o reencontro

do verde

e de um cinza inesperado

no Rio que sempre se pensa

azul.

Coisas de antes

regressam com a manga

despreendida no chão.

Despreendida do Passado.

O que aconteceu

com os círculos andados?

Que fim tiveram

as ruas percorridas?

Em quais paradas

desse trem

ficaram os rostos,

os corpos e as vozes

que viajaram comigo?

Até onde irá

esse trecho do caminho

que caminho?