Apergaminhar
E vejo a luz
Que me contorna sem se quer haver fechados os olhos
Depois do entardecer,
Desperta estava eu, mas buscava a essência do belo
Te encontrei. Se abriram as minhas pestanas para receber de pressa o conhecimento
E o mundo se fez letras
Em um abrir e cerrar dos olhos
Elas se tornaram palavras
As palavras, por suaves, idiomas
Este a criptografar o teu corpo
Começando por cada curva sinuosa e relevo
Foi diminuto
As poesias saiam dos minúsculos orifícios
Para dar luz ao mundo
E folego a minha alma.
Tu, Perséfone a colher as flores no meu jardim
A surgir de mim
Sem pensar que todas estas estacoem
Primavera, Verão, Outono, Inverno
Foi um presente do amor
Para expressar por inteiro
A essência do meu corpo
A sufocar a pele onde
Me aprisionaste
Esta pele que hábito espera
Com escatológica paciência - sem fim
O mais doce, tu, meu pequeno afável Querubim
A proferir palavras:
Je sui aimé
Je sui gentil
Je sui tout simplesment moir - Lira ou Minerva?
Terás que me apergaminhar - minha livre alma.