Paineira

(I)


Que fizeste, ó paineira,
pra tanto ódio que há?
Foste árvore altaneira,

frondosa a partilhar

flores lindas, branca paina,
templo dos passarinhos,
que ora desabrigados
estão a me perguntar...


(II)

Velha árvore paineira
que logo não mais será
pouso pra brincadeiras
de bem-te-vis, sabiás!...
Eu também não mais serei
por tanto ir ou ficar...
Mas as flores guardarei...
Doce canto sabiá!


(III)

Para servir são teus frutos,
sombra, flores e frescor...
Mas por ti não guarda luto
quem nunca te deu valor.
Tuas raízes tão leves...
Não te garantem o chão.
Tua vida, vida breve,
prelúdio de uma canção!





Hull de La Fuente
Paneira das belas flores
Lembrando orquídeas suspensas
lembrando velhos amores
que pesam como sentenças.
Tu também és conhecida
Pelo nome BARRIGUDA
tens na casca envelhecida
o espinho que não desgruda.

HLuna
Paineira da minha rua,
que dá sombra aos passarinhos,
me encantam as flores tuas:
tenho medo dos espinhos.
Mas és bela, poderosa,
se mostrando toda rosa,
com a paina tão macia.
Que seja lindo o teu dia!


Celina Figueiredo
Paineira de meus amores
vestias de rosa o chão,
deixando caírem flores_
beijos de pura emoção.