Apenas humano
Durante muito tempo ainda sonharei com o dia,
De me tornar um humano de alta tecnologia.
Com todas as novidades e inovações,
E com possibilidades de adaptações.
Olhar com a indiferença que a máquina tem,
Decidir com a precisão da matemática,
E buscar friamente uma “solucionática”,
Sem a preocupação de não ferir ninguém.
Seria dispensável buscar explicação,
Pois eu entenderia totalmente,
As confusões que existem em nosso coração,
E os enigmas da nossa mente.
Enquanto isso procuro as respostas,
Das perguntas que me faço a tanto tempo,
Juntando vestígios e pequenas amostras,
De tudo que tive, e se foi como o vento.
E onde se encaixaria o livre arbítrio,
Se de fato me tornasse um humanóide?
Adeus filosofias, seitas e discípulos de Freud,
Sobraria só a ciência e o artifício.
Porém, tão cedo isso não ocorrerá.
Esperando o futuro que virá,
Eu penso, sinto, sofro, grito e calo.
E amo, porque ainda é necessário.