MONÓLOGO PRA CURTA VIDA
Na tenra idade buscava clareza,
Qual avareza de pouca sorte...
Não existe norte
Pra quem trilha diagonal
E nem todo o mal
Começa perto da morte.
Mais duro e com olhar longe
Vendia seus dias de monge
E comprava noites de menestrel,
Sonhava descobrir do véu
Daquela que imaginara ali
Vinda de não sei onde.
Não era triste ou carrancudo,
Tinha frases e boas risadas,
Passava tempos de passarada
E outros de muita labuta,
Sem contar sua breve história,
Bebia pra esquecer a batuta.
Na última hera sua
Não rangiu dentes esperando o fim,
Nem anjos serafins, nem belzebu de careta.
Apenas cumpriu a vida
Com consciência envaidecida,
Presunçoso, satisfeito... enfim.