Trágico, Cômico.
Trágico, Cômico.
Tacos, tecos, tocos,
Ainda ardendo na fornalha,
Chispas, brasas vivas,
Num fogo que ainda se espalha.
Gritos, ecos loucos,
D’almas que ali viviam em paz,
Cerrado, cortado, perdido,
Aroeira, Pequi, Cedrinho, tanto faz.
Onça Pintada, Uirapuru,
Pau Brasil, Seringueira, Jatobá,
Um fio d’água sangrando agonizante
Ouço o ultimo uivo do Lobo Guará.
Macacos, Micos Leões,
Jibóia, Jararaca, Jitirana,
Fumaça negra, ardida, sufocante
Em seguida o homem plantando cana.
Moeda de troca, de troco,
Que gira e que roda a moenda;
Já não ouço mais os gritos da Araponga
Tal qual ferreiro malhando ferro em sua tenda.
O ferreiro ainda existe
A Araponga não mais,
A fumaça da queima turva o sol
Cá bebemos a seiva dos canaviais.
Tecno, mania de andar sobre rodas
Misto de água fogo e ar,
A terra esgotada já não serve
E a erosão muda o relevo do lugar.
O asfalto negro que não é da cana
Estacionando rodas que não rodam mais,
Quem saiu não conseguiu chegar
Não anda, nem para frente, nem para trás.
Suicídio em massa!............................................