*POEMA DO RETORNO*
Saindo estou de minha própria sombra
Onde de novos versos sementes lancei
Ainda falta de inspiração de mim zomba
Tímidos versos brotam onde os plantei
Palavras chamam, convidam e exigem
Bem as escuto, deste silêncio absurdo
Tentarei então compor novas imagens
Embora dentro em mim, sem voz, luto
Lentamente, um trôpego poema surge
Confusa mente, metáforas em reboliço
Pressinto que o tempo do retorno urge
Versejar me impede permanecer omisso
Versos surgiram de roldão, de assalto
Surpreenderam-me saindo do negror
Esguicharam estrofes como um jato
Atingiram-me, tirando-me do torpor!
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Estou, aos poucos, voltando...
Mesmo filho pródigo não sendo
Que bom, de novo no Recanto
Onde a mim tanto acrescento !
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