Manhã de domingo

Pessoas vão trabalhar

Se espremem nos onibus lotados

Pessoas saem do bar

Com trajes surrados.

Disputam tragédias pessoais

Ou até mesmo problemas banais

Pra talvez um desconto conseguir,

Ou alguem que os faça sorrir.

Pessoas que não tem carro,

Andam de pés ou de trem.

Não tem sequer alguem

Que lhes dê um vintem.

Putas disputam seu ultimo cliente

Ele sorri embriagado,

Saidos todos de um mundo doente

Com as duas a seu lado.

Mendigos dormindo nos pontos

Nas marquises, estão sempre prontos

Dispostos a qualquer coisa fazer

Por quem lhes der de comer.

Meninos a fazer malabares nas ruas

Perdidos num mundo que não é seu

Sorrindo com roupas imundas

Onde foi que ele se perdeu?

E o voyeur que lhes escreve,

Observa a tudo atento,

Triste, sorrindo, com ar de contentamento

Ainda que breve.

E sabe no fundo,

Que um dia tudo há de ruir

As putas, As pessoas

E os bêbados a sorrir...

Marcos Tinguah Vinicius
Enviado por Marcos Tinguah Vinicius em 11/11/2011
Código do texto: T3330788
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