Poema a Drummond
à C.D.A
encontrei o que não entendo
o mundo eu não entendo,
as borboletas eu não entendo
e o regime dos ventos.
Os ônibus arrastam pedras
aos topos dos morros mais altos
tudo nos rola por sobre
como regurgitada lava:
carvão, grafite e diamante.
Eu não entendo os homens quando os encontro
Eu não entendo os homens
e escolhi não falar sua língua
perfunctória
orgulhosa
vã
autoleniente.
eu não quis ver as pedras,
mas elas estão lá.
São Paulo de Piratininga, 10 de novembro de 457