Poema a Drummond

à C.D.A

encontrei o que não entendo

o mundo eu não entendo,

as borboletas eu não entendo

e o regime dos ventos.

Os ônibus arrastam pedras

aos topos dos morros mais altos

tudo nos rola por sobre

como regurgitada lava:

carvão, grafite e diamante.

Eu não entendo os homens quando os encontro

Eu não entendo os homens

e escolhi não falar sua língua

perfunctória

orgulhosa

autoleniente.

eu não quis ver as pedras,

mas elas estão lá.

São Paulo de Piratininga, 10 de novembro de 457

Danilo da Costa Leite
Enviado por Danilo da Costa Leite em 10/11/2011
Reeditado em 18/11/2011
Código do texto: T3328283
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