metapoesia
Não sei o que fazer com essa falta de imaginação.
Sei que ontem a suncumbi e dormi sobre seus
esconbros e agora, saudosa a procuro;
Sei que não consigo escrever.
Nem adianta observar lagartos em sua modorra sobre lajes,
Não adianta ver os beijos dos enamorados nas praças ou
apreciar o idílio dos diáfansos cisnes no lago.
Tudo me lembra poesia,
Mas ela de mim não se lembra.
Não me faz rápida vista sequer!
Quando ela chegar, Irei dizer-lhe metáforas , prosopopéias,
Cobrirei seus ombros de pétalas
Alvas, sonoras, quentes.
Enquanto não a recebo,
Vejo o menino que passa
descalço levando nas costas as intempéries da vida.
Pior do que não versejar sobre casais enamorados, cisnes
ou lagartos
É não poder eufemizar a vida do menino pobre que passa.