metapoesia

Não sei o que fazer com essa falta de imaginação.

Sei que ontem a suncumbi e dormi sobre seus

esconbros e agora, saudosa a procuro;

Sei que não consigo escrever.

Nem adianta observar lagartos em sua modorra sobre lajes,

Não adianta ver os beijos dos enamorados nas praças ou

apreciar o idílio dos diáfansos cisnes no lago.

Tudo me lembra poesia,

Mas ela de mim não se lembra.

Não me faz rápida vista sequer!

Quando ela chegar, Irei dizer-lhe metáforas , prosopopéias,

Cobrirei seus ombros de pétalas

Alvas, sonoras, quentes.

Enquanto não a recebo,

Vejo o menino que passa

descalço levando nas costas as intempéries da vida.

Pior do que não versejar sobre casais enamorados, cisnes

ou lagartos

É não poder eufemizar a vida do menino pobre que passa.

Nádia Gurgel
Enviado por glaucia martins em 10/11/2011
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