LAMENTOS
Sou como tantos, simplório poeta,
Que inda ousa se encantar
E portanto cantar, as belezas
Das águas desse querido Piauitinga,
Que à duras penas,
Teima saciar a sede de tantas bocas,
Que não reconhece sua boa causa,
E suas margens desmata,
Quantas vidas ceifa?...
Em sinal de réquiem, essa denúncia
Busca ser ouvida por toda Justiça
Que de braços cruzados... silencia!
E , enquanto esse belo rio agoniza,
Juventudes transviadas
Se consolam em álcool e drogas,
Esquecem valores, sepultam a cidadania!
E falecem nas marquises, nos guetos, nas valas.
Mas, quem vive a esperança,
Entristecido, chora... e só lamenta!?...