* Baladas dos Ponteiros *
O relógio da vida segue e não pára
o tempo passa por nós sem deixar rastro
somente as memórias como testemunha
daquilo que vivemos e queremos viver
Do passado as lembranças
boas e más
que nos acompanham
como testemunha calada do viver
Que nos atormentam e nos deliciam
desta vida que vive
desta vida que passa
com ou sem a desgraça
nesse estado de semi-graça
Deste futuro incerto
desconcertante
quase viciante
de quem têm fome de descobrir
e não simplesmente não pode
É o mistério de viver
de não saber o que nos vai acontecer
somente podemos talvez antever
o sorver do saber viver
sem esmorecer
até não mais poder
Galgamos dia a dia
os degraus da escuridão
ora com plena exatidão
ora as cegas
na pura intuição
na luz de uma só razão
Viver até a exaustão
absorvendo
cada momento
cada segundo
com a plena certeza
Que o relógio não para
nem nunca vai parar
no frenesim constante
do vai e vem frenético
dos ponteiros da eternidade...