Vazio egoísta
De vez em quando
Eu sinto um imenso vazio
E às vezes me pego pensando
No bem em abandonar esse navio.
Do nada
Sinto uma leve brisa me consolar
Sorrateira e serena
Como a lua ao céu iluminar.
Na solidão
Encontro minha companhia
Nas minhas lágrimas
Uma imensa alegria.
Em cada momento sozinha
Sinto-me mais preenchida
Não por um sentimento egoísta
Mas o de uma pessoa sofrida.
Cada vez mais o meu “eu”
Se inunda de amor próprio
Para compensar o vazio
Deixado por um outro “eu”.
Apesar de toda aparente contradição
Nesse complexo de saudade e solidão
Alguma coisa abranda meu coração
A certeza de não viver de ilusão.
A felicidade
Tornou-se parceira da solidão
E nessa vida complexa e desentendida
Vou seguindo serena
Na minha completa imensidão.