CARLOS DRUMMOND DE       ANDRADE:                                                                                                                                                                                                

                   “O maior trem do mundo transporta a coisa mínima do mundo:  meu coração  itabirano “

                      AO CAUÊ

Meu Cauê, se eu pudesse,

Se algum poder tivesse,

Não te veria sofrer...

O teu cimo desabando

Ferro em lágrimas rolando

Das escarpas a correr...

Teu sofrer resignado,

Teu silêncio abnegado

Dão-nos bem uma lição:

Tua vida se acabando

As indústrias aumentando,

És do mundo a redenção!...

Itabira,

Eu me alegro, mas padeço,

Minha terra,

Sou feliz, mas não esqueço

Itabira

Que o Cauê é tua glória,

Teu passado, tua história

E sofro ao vê-lo ruir

        (E lá se foi o nosso Pico do Cauê para países distantes, desmanchando em lágrimas de ferro puro os corações  itabiranos... )