Piada
Nunca tive nada,
E sempre achei que tivesse,
Fácil enganar bicho sensível,
Ele ri das coisas e sente que gostam dele,
Dá a mão, o ombro, o sangue.
E recebe...
O soco, o empurrão, a navalhada.
Na tentativa de correr,
Desaparecer de todo esse afogamento,
Tropeça, se atrapalha e cai.
Perde sempre, sempre perdendo,
A vida que é piada, rindo, rindo.
Dessa vida que é piada,
Essa piada de vida, tão amarga.
Onde encontrar?
Se ainda se procura,
Os momentos de loucura, que escondem os dedos,
Que tremem, tremem, mostrando que logo ali,
Ouvindo tudo está o coração.
Este que se culpa, por querer mais que tudo,
E ainda sem tempo.
Um amor que não é vento, amor que é caminho,
Travessa de esperança, ponte que conduz.
Amor que é luz, manto que esquenta, no calor dos carinhos,
O frio que alimenta esse corpo esquecido.
Sem preço é o sol,
Sem preço é o toque.
Caro desejo de preço alto,
Tudo perder, do nada que se tem.